Até 2014, a companhia brasileira de exploração de petróleo e gás HRT deve investir US$ 3 bilhões no Amazonas, onde emprega 3 mil pessoas e igual número deve ser contratado ainda este ano. De acordo com o presidente da petroleira Márcio Mello, nos planos está a construção de um gasoduto e um poliduto paralelo ao da Petrobras para escoar 1 milhão de barris (Boe) até 2020. A empresa também anunciou a instalação de um Centro Tecnológico Petrolífero.
A perfuração do primeiro poço da companhia já está a 1.100 metros de profundidade e o óleo deve começar a jorrar em agosto desse ano. No poço da Petrobras, localizado há 18 quilômetros (Km) do poço em teste da HRT, foi descoberto petróleo a 2.500 metros de profundidade. Até dezembro de 2011, a companhia estima que a produção chegue a 2.500 barris de óleo equivalente por dia (Boe).
Márcio Mello informou que para escoar a produção de até 20 mil barris a empresa já conta com um sistema de balsas pronto para levar a produção ao terminal da Petrobras, em Solimões. A partir de 20 mil barris, o escoamento será feito por gasodutos e polidutos que percorrerão o mesmo caminho aberto pela Petrobras, em Urucu. Segundo Mello, a construção deve iniciar em 2013.
“Os dutos do gasoduto e do oleoduto, construídos pela Petrobras, foram levados a Urucu por barcos e tratores. Só no final, que começaram a ser transportados por helicópteros. Mas, no caso da HRT, nós temos os seis maiores helicópteros do Brasil. Com o nosso helicóptero eu transporto dois dutos, por isso nosso impacto na floresta vai ser praticamente zero. Além de operarmos mais rápido e barato”, explicou Mello.
Segundo o empresário e geólogo PhD, até 2014 a empresa vai investir cerca de US$ 3 bilhões no Amazonas e dentro dos planos está a criação de um Centro Tecnológico. “Vamos atrair todas as empresas que nos servem pra trazer como iniciativa privada um laboratório. Então, se uma empresa trará 13 sondas deve trazer com ela a tecnologia. Dessa forma vamos atrair laboratórios de química, petroquímica avançada, análise de compostos orgânicos e inorgânicos, biotecnologia, entre muitos outros”, destacou.
Até o fim do ano, serão perfurados mais oito poços e contratadas nove sondas, que terão a licitação anunciada até 15 de junho. “As sondas vão chegar a partir de abril do próximo ano e a obrigação contratual é de que a fábrica que ganhar deverá trazer a tecnologia para Manaus. Nove companhias internacionais estão interessadas antes mesmo de lançada a licitação”, afirmou.
As estimativas da empresa crescem todos os dias apesar de não ter produzido nenhum litro de óleo ainda. “A questão é que não olhamos nem um terço da nossa área. Temos 21 blocos e só avaliamos o potencial de quatro. Por conta dos poços já testados lá temos uma expectativa muito grande”, afirmou Mello.
Quanto ao gás natural, a empresa começará reinjetando o gás até 2012 e 2013 para então iniciar o processo de monetização e venda do combustível.
No Amazonas, a HRT também montou uma empresa de aviação, a Air Amazônia, que faz o transporte dos funcionários e máquinas por meio de uma frota com onze helicopteros e três aviões. Até o fim do ano, a Air Amazônia pretende abrir linhas de vôo entre Coari, Tefé e Carauari e a capital do Estado.
Atualmente, a empresa gera 3 mil empregos diretos e indiretos na região e espera criar mais três mil vagas até o fim do ano.
Parceria sustentável
O CEO da empresa Márcio Mello veio até Manaus apresentar em parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) o projeto Barril Verde HRT. Para cada barril de óleo produzido pela empresa na Bacia do Solimões, será doado R$ 1 para os projetos da FAS. A HRT espera produzir até 2015, 50 mil barris equivalentes por dia.
A parceria entre a HRT e a FAS está dividida em duas fases. Primeiro, a HRT investirá R$ 4 milhões na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uacari (RDS Uacari), município de Carauari (a 788 quilômetros a oeste de Manaus), em dois aportes de 50% (2011 e 2012). Estes recursos serão investidos no Programa Bolsa Floresta e nos Programas de Apoio, voltados para a produção sustentável, educação e saúde das populações extrativistas da RDS Uacari.
Na segunda fase, a HRT vai integrar uma cota de R$ 20 milhões, em parcelas, até 2013. Os recursos desta contribuição da HRT serão investidos no Fundo Permanente da FAS. A importância possibilitará o crescimento do Programa Bolsa Floresta para aproximadamente oito mil famílias.
O Programa Bolsa Floresta investe em ações voltadas para a redução do desmatamento e melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas residentes nas unidades de conservação estaduais do Amazonas.
Segundo Mello, a companhia está em contato com uma cooperativa de costureiras em Carauari para a fabricação de todos os uniformes dos funcionários da HRT.
Para o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, é fundamental que as indústrias de petróleo sejam catalisadoras de processos de desenvolvimento sustentável, por ser um setor que tem grande viabilidade econômica para contribuir com este movimento.
Fonte: D24am.com
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